quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Como capitalizar sua empresa



Mas antes de recorrer ao financiamento, analise a viabilidade do pagamento desse empréstimo. Pegar dinheiro emprestado para cobrir dívidas, a médio prazo, pode fazer com que o rombo se torne ainda maior e impagável.

Quando as finanças da sua empresa começam a declinar, antes que atinja o vermelho é importante que você analise todos os seus custos e comece imediatamente a cortar todos os menos necessários, analisando inclusive a dispensa de funcionários.

Comprar com parcimônia é a ordem. Procure comprar o estritamente necessário e sempre fazendo pesquisas para se certificar de que está comprando com os melhores preços do mercado.

Além da economia na hora das compras, você pode analisar a possibilidade de se encontrar um sócio para o seu negócio. Para tanto, é importante que você realize um plano de negócios detalhado para apresentar ao possível sócio. Procure faze-lo da maneira mais profissional possível. Ninguém põe dinheiro na mão de um amador. Discrimine suas despesas, perspectivas de ganhos, e quem vai realizar cada tarefa, além da incidência dos impostos sobre sua atividade.

Por último, considere um empréstimo para ser utilizado como capital de giro. Bancos em geral possuem linhas de empréstimo com taxas acessíveis para pessoas jurídicas. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são os bancos que possuem as melhores linhas de financiamento para capital de giro. Contudo, não descarte uma pesquisa com os bancos em que você tem conta. Lembre-se de que as taxas dependem de banco para banco e do seu relacionamento com cada um deles. Quanto mais longo melhor. Se você for um bom pagador, portanto, confiável, o banco lhe concederá taxas mais acessíveis.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Líderes precisam mudar forma de agir para ter time de sucesso

O segredo de uma equipe de sucesso passa, entre outras coisas, pela forma de agir do líder, segundo alerta do professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais e membro dos conselhos de administração da Sadia e da Ambev, Vicente Falconi.

Na opinião dele, os líderes precisam saber recrutar, treinar e avaliar o desempenho de seus colaboradores, além de acompanhar os seus times.

"Os chefes precisam saber recrutar, treinar as pessoas certas e avaliar seu desempenho. Este é o segredo de um bom time, só que a maioria das pessoas delega isso para o RH (...) A diferença entre aqueles que alcançam resultados excepcionais é justamente saber que a responsabilidade de ter um time bom é competência do líder. E ainda hoje são raríssimos os líderes que recrutam e acompanham seus times", diz.

Retendo o conhecimento

Ainda de acordo com Falconi, as atitudes do líder também influenciam na boa produtividade da empresa que, por sua vez, reflete o nível de turn-over (rotatividade de pessoal) do lugar.

Para ele, quando a rotatividade é muito alta, há uma grande perda de conhecimento na companhia, sobretudo, do chamado conhecimento tácito, ou seja, a bagagem cultural de cada indivíduo.

Falconi explica que há dois tipos de conhecimento, o explícito, que pode ser escrito e documentado e deve ser compartilhado na empresa, e o tácito, que as pessoas vão buscar fora do ambiente de trabalho para melhorar o seu desempenho.

"Para bater a meta, as pessoas vão atrás de conhecimento e trazem isso para dentro da empresa. Quando se vê um turn-over muito alto, é o conhecimento tácito que se perde".

Alta rotatividade

De acordo com o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômico), Clemente Ganz Luz, a alta rotatividade ainda é bem presente no mercado de trabalho brasileiro, por conta da flexibilidade deste.

Além disso, ela pode ser explicada pelo fato das empresas ajustarem a demanda de produção à contratação ou demissão de funcionários, principalmente os de cargos como ajudantes, auxiliares e assistentes.

domingo, 6 de dezembro de 2009

A subjetividade na educação e na empresa

O mundo tem vivenciado uma migração, em todas as esferas relacionais, dos modelos autocráticos, radicais e objetivos para formatos democráticos, liberais e subjetivos. Será que esta sistemática cada vez mais individualista é a solução para os nossos problemas educacionais e administrativos?

Antigamente, tínhamos um sistema de ensino e um modelo organizacional mais verticalizado, autocrático e a prioridade eram as relações coletivas e não as individuais. Isso engessava os modelos educativos e gerenciais, mas ao mesmo tempo protegia e tranqüilizava os componentes desse domínio, já que tudo se baseava em critérios padronizados e uniformizados. A atuação do professor era muito mais simples, pois só lhe restava "transmitir" de forma unilateral os conteúdos obrigatórios aos alunos. Estes só precisariam "decorar" os conteúdos como "verdade absoluta" e passar nas provas para ter seus empregos garantidos pelo diploma no futuro; aos empregados de uma empresa só cabia receber e cumprir ordens da administração sem qualquer abertura para questionamentos e debates sobre os melhores remédios para os problemas empresariais.

A partir dos últimos trinta anos, esse modelo começou a se modificar e assumiu um formato horizontalizado e democrático, com prioridade para as relações individuais, em detrimento das relações coletivas, iniciando uma supervalorização da subjetividade e do autogoverno dos indivíduos. Nos dias de hoje, os professores são mais exigidos a "compartilhar" conteúdos e experiências com os estudantes, pois a internet permite que estes consigam até mais informações do que a escola oferece. Neste estágio, não existe uma "verdade absoluta", já que a multiplicidade de visões e ângulos sobre um mesmo tema é nítida. Os professores se deparam com classes bastante heterogêneas e com graus de conhecimentos bem distintos; nas organizações foi dada total abertura ao debate e às discussões para resolução de problemas envolvendo todos os funcionários, mas os administradores sentem cada vez mais dificuldades de tomar decisões. Sempre tem alguém discordando das soluções por eles apresentadas.

Individualmente as pessoas estão mais livres para fazer o que querem, porém essa "liberdade" perdeu a eficácia. Não nos mostramos preparados para o que Foucault chamou de "mito da autodisciplina e autogoverno". Muitas empresas têm se deparado com resultados pífios, pois nem todo mundo sabe trabalhar sem chefe, sem comando e, no fim das contas, alguém tem de tomar a decisão e assumir responsabilidade na solução de problemas. Como retrata o dito popular "o que é público, não é de ninguém".

Este é um dos grandes problemas desta nação. Todo mundo quer palpitar, mas quase ninguém quer assumir responsabilidades.

No contexto professor-aluno, o manejo da subjetividade se torna um desafio. Hoje as informações estão prontas, o educador perde instrumentos de autoridade e uma postura muito radical pode prejudicá-lo. No sistema em vigor, os alunos estão muito mais sensíveis e assumindo um comportamento de "cliente que paga por um serviço". Isto de fato é uma realidade e tem seu lado positivo. O problema é que muitos levam a situação ao extremo, abusando da sua posição de consumidor. Esperam total compreensão de suas falhas, mesmo que isso signifique penalizar o desempenho de toda uma classe.

Enfim, uma flexibilidade exagerada não é exatamente o caminho que devemos tomar. Entretanto, uma atitude muito rígida e inflexível compromete os avanços necessários às organizações. Fica a lição de que o eixo "afetividade versus autoridade" é inseparável, sendo preciso equilibrar bem essas duas dimensões para obter resultados efetivos nas atividades que envolvam o relacionamento humano.