Estimule os colaboradores...
...mas procure o autoconhecimento - só assim você será um gestor mais capacitado.
"Tenho sete crianças e amo vê-las estudando e com energia. Mas, às vezes, preciso levá-las no hospital e não tem remédio. Não quero um hospital de rico, mas decente, que tenha medicamentos e que as pessoas atendam bem e gostem de trabalhar". O depoimento é da parteira Dona Fiorentina, de Alto Paraíso, em Goiás, e mostra a importância de servir as pessoas cada vez melhor. E esse deve ser o grande papel das empresas e, em especial, dos profissionais de recursos humanos, segundo Oscar Motomura, fundador e diretor-geral do Grupo Amana-Key.
Durante a palestra O futuro das organizações: certezas e incertezas, Motomura falou sobre a importância de a organização possuir gestores de RH engajados, que gostem de trabalhar e procurem motivar sempre seus colaboradores. "Uma das grandes qualidades do líder de gestão de pessoas é contribuir para o crescimento de seus colaboradores, e ele só consegue isso quando busca o autoconhecimento", disse.
Segundo o executivo, esse processo de aprendizagem ocorre desde o início da vida e que acontece de formas diferentes, de acordo com cada período de sua existência. Até os sete anos, a criança aprende a pensar e desenvolve o raciocínio abstrato e a capacidade de gratidão às pessoas que lhe ajudam. Dos sete aos 14 anos, passa a ter mais consciência do que sente e de suas necessidades e desenvolve a apreciação estética, ou seja, a capacidade de admirar o belo. E, por fim, o jovem desenvolve o altruísmo e passa a se preocupar com as grandes causas humanitárias, não pensando apenas em seus próprios problemas. Ou seja, ele desenvolve a capacidade de se sacrificar por ideais maiores. "Assim, ele irá trilhar sua trajetória como apresentado no livro O Poder do Mito, do escritor Joseph Campbell, em que o herói deve passar por diversas provas para alcançar seus objetivos", comparou.
Motomura enfatizou, ainda, que o gestor de RH deve buscar o desenvolvimento contínuo da capacidade de seus colaboradores, estimulando a criatividade, a motivação pelo trabalho e o engajamento em relação à empresa. "Devemos desenvolver o FIB (Felicidade Interna Bruta) nas corporações ao invés do PIB (Produto Interno Bruto). É preciso estimular os funcionários a participar mais do dia a dia da corporação, a ter uma visão geral sobre as atividades realizadas na empresa e a trabalhar em equipe para que o FIB aumente".
De acordo com o diretor-geral, as pessoas só aprendem e buscam se aprimorar quando estão preparadas para isso. Como exemplo, ele citou o livro Ishmael, de Daniel Quinn, em que um jovem chamado Ismael vê um anúncio no jornal com a curiosa chamada: "Mestre procura discípulo. Discípulo precisa querer mudar o mundo". Intrigado, ele responde ao anúncio e quando vai ao encontro de seu mestre tem uma bela surpresa: trata-se de um gorila. A partir daí, a narrativa mostra a visão do gorila sobre como o jovem aprende, contribuindo para que o leitor perceba que há diferentes formas de se ver e de se pensar a respeito do mundo. O que mostra que só quando o aluno está pronto para aprender, o mestre aparece em sua vida. "É preciso procurar se desenvolver, tornar-se um gestor mais capacitado para servir melhor. Estamos na era do serviço, por isso, é preciso servir com coração gentil e alma", finalizou.
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