sexta-feira, 27 de novembro de 2009

fusões e aquisições

A recente onda de fusões e aquisições entre empresas que já são grandes tem levantado a velha discussão sobre o tamanho ideal de uma empresa e sobre as vantagens e desvantagens desse tipo de estratégia.

As novas gigantes que se formam — fruto de uma fusão e aquisição — conseguirão ter maior valor que o que tinham antes da operação? Nem sempre uma consolidação gera valor adicional para a nova empresa que surge. As vezes até piora.

Tem casos em que a empresa compradora acaba destruindo o valor que uma empresa menor, mais empreendedora e mais focada, tinha antes. A menor acaba engolida e perde o foco, perde talentos e acaba perdendo o que a diferenciava.

Qual o tipo de expectativa de geração de valor quando ocorre uma fusão ou aquisição?
  • Clientes querem melhoria de serviços e atendimento;
  • Investidores querem maior rentabilidade e valor de mercado;
  • Colaboradores querem melhor condições de trabalho, maior orgulho de pertencer e oportunidade de desenvolvimento profissional.
E o que ocorre?
  • Insegurança inicial, medo de perder emprego, medo do inevitável enxugamento “receio” de que a busca de maior eficiência operacional com redução de duplicidade acabe gerando desempregos localizados. VLOR DIMINUI!
  • Aumento de base de cliente nem sempre significa melhoria pois quando a logística e a infraestrutura da empresa não estão preparadas, o aumento da base de clientes e a duplicidade de processos acabam prejudicando clientes – VALOR DIMINUI!
  • Aumento de tamanho nem sempre significa maior valor de mercado, as vezes o aumento de faturamento implica em menor rentabilidade e menor valor de ações e de dividendos, alem de endividamento. VALOR DIMINUI!

Quais os motivadores de uma fusão ou aquisição?
  • Oportunidade de compra / necessidade de venda: porque um concorrente ou empresa complementar está em dificuldades financeiras, etc;
  • Oportunidade de maximizar sinergias: o alvo da compra possui algum diferencial que permite a compradora complementar seu portfólio, ou expandir em novos mercados onde a outra já atua, etc, ou usar uma tecnologia diferenciada, etc;
  • Motivadores pessoais: a compra vai a curto prazo dar a impressão de aumento de valor, mas a longo prazo não se sustenta.

Quando funciona?
  • Quando a compra mantem a empresa no CORE BUSINESS, em vez de dispersar a empresa em diversificações que tiram o foco;
  • Quando as 2 culturas tem similaridades e evitam a inevitável “pororoca cultural” que muitas vezes forçam “2 almas a viverem no mesmo corpo”;
  • Quando o crescimento não sufoca o grau de empreendedorismo;
  • Quando o foco é na OPORTUNIDADE e na SINERGIA e não na NECESSIDADE / OPORTUNISMO.

Gigantismo é uma ilusão. Tamanho não importa, o que interessa é a capacidade de gerar valor para os diversos stakeholders.

Infelizmente a maioria das f& a frustram a expectativa de gerar maior valor e criam mais problemas adicionais a serem gerenciados.

Para aumentar a chance de sucesso a ênfase tem de ser mais na Gestão do Intangível (cultura empresarial resultante, confiança das pessoas, satisfação dos clientes, percepção da comunidade, segurança a fornecedores, tranquilidade a investidores e credores, etc…) do que apenas a aspectos tangíveis de capital, mercado, jurídico, etc.

César Souza -

palestrante e presidente da Empreenda, autor de “Você é o Líder da Sua Vida?”"Você é do Tamanho dos Seus Sonhos" (Editora Ediouro). Apontado pelo World Economic Forum como um dos "200 Global Leaders for Tomorrow". (Editora Sextante) e

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