sábado, 21 de novembro de 2009

um pouco da história da Administração no Brasil

No Brasil, as preocupações com o ensino de Administração chegaram muito tarde. Muitos autores indicam que a instalação de cursos de Administração no Brasil é contemporânea à instalação da grande empresa multinacional (a partir da década de 1940). Realmente, há uma coincidência histórica no período de ocorrência desses eventos. Por exemplo, é da época da implantação da grande empresa multinacional no país que datam experiências como “a contribuição pioneira do Pe. Sabóia de Medeiros, ao criar em São Paulo, ao final da década de 1940, a Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN)”. Mais ou menos a mesma época a iniciativa de Armando Salles de Oliveira, ao criar o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT). Em 1946, a criação do Instituto de Administração da USP. Hoje, seguramente, um dos principais centros sul-americanos, junto com a COPPEAD/UFRJ; EAESP/FGV e PPGA/UFRGS, de vanguarda na área do estudo, desenvolvimento e disseminação da ciência administrativa. Em 1952, a criação da Escola de Administração Pública (EBAP), no Rio de Janeiro e, em 1954, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), ambas pertencentes a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o apoio da ONU e outros organismos dos USA. Assim, se dos USA nos veio o problema – a necessidade do ensino da administração – também nos chegaram as medidas tendentes à resolve-lo. Buscou-se junto aos USA, todo o conjunto de informações que possibilitassem a formação da categoria necessária. Trouxeram-se professores americanos, produziram-se textos, casos e material de ensino de Administração para o Brasil. Conservando-se grande parte das conclusões americanas, sem a necessária adaptação as especificidades brasileiras do ponto de vista social, cultural e econômica. A profissão de “Técnico em Administração”, como espaço legal e profissional tem no Brasil, 36 anos (Lei N. 4.769/65) e o especialista da área só venceu sua crise de identidade, ganhando um nome certo – ADMINISTRADOR - a pouco menos de 16 anos (Lei N. 7.321/85). Migramos portanto, ou estamos migrando de uma visão singularmente técnica do papel do Administrador para uma visão e papel multi e interdisciplinar/funcional. Hoje exige-se do Administrador possuir e combinar as seguintes habilidades necessárias e indispensáveis na função de gestor de organizações:

Habilidade Técnica – é a capacidade de aplicar conhecimentos técnicos, métodos e equipamentos necessários à execução de tarefas específicas. É adquirida através da experiência, da educação e do treinamento.

Habilidade Humana – é a capacidade e o discernimento para trabalhar com e por meio de pessoas, incluindo o conhecimento do processo de motivação e a aplicação eficaz da liderança.

Habilidade conceitual – é a capacidade de compreender a complexidade das organizações como um todo e onde cada área específica se enquadra nesse complexo. Permite agir de acordo com os objetivos globais da organização, e não em função de metas e necessidades imediatas do próprio grupo.

Hoje, como resultado das reflexões e ações ocorridas em diferentes momentos, capitaneadas pelo sistema Conselho Federal de Administração – CFA; Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração – Angrad, com a colaboração e apoio do Ministério da Educação e Cultura – MEC, há um esforço do Sistema de Ensino Superior em Administração do Brasil (faculdades e universidades) em perseguir e alcançar de forma crescente e consistente a formação do Administrador com tais características e habilidades.

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