segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Características nos grupos pessoais


Segundo os autores Thibaut e Kelly apud BERGAMINI (1982) uma característica relevante é aquela que diz respeito ao tamanho do grupo. Para eles, na prática, um grupo que efetivamente funcione é composto de menos de vinte pessoas e, mesmo desse tamanho pode haver a formação de subgrupos. Outra característica diz respeito ao modo como os membros interagem uns com os outros, tornando-se, de alguma forma, interdependentes. Uma terceira característica está relacionada ao modo como os membros se percebem a si mesmos com sendo um grupo. Para tanto, eles precisam estar psicologicamente atentos uns aos outros, o que não impõe limites ao tamanho possível do grupo.

Segundo Schutz apud BERGAMINI (1982) grande estudioso do comportamento humano em pequenos grupos de trabalho, os indivíduos têm três necessidades interpessoais quando se associam em grupos. A primeira delas é a de inclusão, definida pelo autor como a necessidade deestabelecer e manter relacionamento satisfatório com as pessoas, tendo em vista sua interação e associação. A inclusão se dá quando todos os membros sentem que têm sua presença assegurada no grupo e sabem que sua ausência chama a atenção dos demais membros.

A segunda é a de controle, definida como a atitude de estabelecer e manter relações satisfatórias com as pessoas em termos de controle e força. Após cada um ter assegurado sua presença no grupo, o indivíduo procura fazer-se conhecer em termos de sua competência pessoal e responsabilidade por determinado papel comportalmente assumido, até o ponto em que naturalmente seja estabelecido um clima de respeito mútuo. Para Bergamini (1982, p.87) “em geral, nesta segunda fase podem aparecer tensões e ultrapassá-las significa um passo além da maturidade do relacionamento das pessoas que compões o grupo”.

A terceira é a de afeição e, conforme o autor a necessidade interpessoal de afeição é a necessidade de estabelecer e manter relacionamentos satisfatórios com outras pessoas no tocante ao amor e à afeição. A necessidade de afeição, definida ao nível de auto-conceito, é a necessidade de sentir que se é digno de ser amado. Essas três necessidades exercem influência no comportamento de grupo.

Segundo Lewin apud Bergamini (1982, p. 91) para que haja comportamento de grupo é necessário que vários indivíduos experimentem as mesmas emoções de grupo, que estas emoções sejam suficientemente intensas para integrá-los e deles fazer um grupo, que, finalmente, o grau de coesão atingido por esses indivíduos seja tal que eles se tornem capazes de adotar o mesmo tipo de comportamento. Este comportamento de grupo pode variar em termos de duração conforme sejam desencadeados por um agente exterior, ou por um agente provocador, ou por um líder.

O modo como o grupo se comporta afeta o seu desempenho. Rensis Likert apud Margerison (1975, p.37) realizou uma pesquisa sobre os fatores associados com o desempenho dos grupos de trabalho e, a partir do estudo numa fábrica têxtil, pôde constatar a existência de alguns fatores que influenciam a eficiência dos grupos de trabalho como a atmosfera de grupo, o estabelecimento de objetivos, a comunicação interpessoal e as normas tácitas de conduta.

A atmosfera de grupo se caracteriza pelo fato de que os membros têm grande confiança recíproca e que se ajudam mutuamente nas respectivas tarefas. A congregação de esforços, quando necessário, para auxiliar quem quer que se encontre em dificuldades, ao invés de dedicar-se exclusivamente a seu próprio trabalho é uma característica marcante desse fator.

Para o estabelecimento de objetivos Margerison (1975) atesta que um número considerável de pesquisas afirma existir maior possibilidade das pessoas se interessarem em por em prática uma decisão, quando estão envolvidas no estabelecimento de objetivos. Porém salienta que não existe um método universal de se criar grupos eficientes de trabalho. O método empregado deve estar alinhado com as expectativas e desejos dos integrantes do grupo.

O grupo de trabalho eficiente se caracteriza por uma sólida comunicação interpessoal. O que ocorre muitas vezes é a informação ser omitida ou ser transmitida de modo insuficiente, gerando dúvidas e ansiedade no grupo. Isto ocorre porque o detentor da informação associa a informação ao poder e que guardando para si próprio o máximo de conhecimento, aumenta seu poder, porém não percebe que perde o contato afetivo com o grupo, assim como a cooperação.

Os grupos criam normas tácitas de conduta que efetivamente controlam o comportamento de seus membros. As normas e padrões são bases estabelecidas de comum acordo para o funcionamento de um grupo de trabalho. É claro que os problemas dos grupos de trabalho não se resolvem facilmente. Esses quatro pontos apresentados indicam algumas das dimensões consideradas fundamentais na tentativa de aumentar a eficiência dos grupos de trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário